Vivendo a Bahia!

Nascida e criada em São Paulo capital, e há pouco mais de dois anos morando em Lauro de Freitas - BA. Resolvi criar esse blog para compartilhar as experiências, alegrias, diferenças, choques culturais, aventuras esportivas e conhecimentos que marcam essa mudança e adaptação. São histórias e curiosidades da nova rotina que tem seu tom de humor e vale a pena dividir. Isso é Brasil! Sejam bem vindos!!





segunda-feira, 3 de junho de 2013

2ª Etapa CICA MANDACARU - Equipe Olhando Aventura Mista

Arnaldo me chamou pra fazer a 2ª etapa da CICA, e mais do que depressa aceitei, já que esse ano só tinha feito uma corrida de aventura. 
Na semana que antecedia o evento, Arnaldo me avisou que estava com o joelho um pouco inflamado, e perguntou se eu me importava de ir num ritmo mais tranquilo pra não forçar. De forma alguma iria me importar, mesmo porque, eu também não estava em excelentes condições...rsrs

Chegou dia:

Combinamos de sair as 4:30h da madruga, pra isso meu despertador tocou as 3:40h e por isso, com medo de perder a hora, fiquei naquele sono besta, bem leve. As 3:30h perdi a paciência de esperar o despertador tocar e fui fazer o que realmente era necessário: COMER! Tudo bem que fazer grandes refeições a essa hora fica difícil, então comi frutas, club social e fiz um café forte pra ver se entrava no modo ON, porque tava difícil.

No horário marcado, Arnaldo chegou, arrumamos a bike e pé na estrada. Tínhamos mais ou menos 100k pela frente até Feira de Santana, além da missão de descobrir onde era exatamente a largada da prova.
Pouco tempo de estrada e começou a garoar, nada demais e nem nos preocupamos. Só que a garoa ficou mais intensa, consistente e nunca mais parou. Vimos que era melhor preparar o psicológico pra largar na chuva.
Chegamos ao local por uma estrada de terra, que com a chuva virou aquela inhaca, o carro patinava no meio de tanta lama, mas duro mesmo, foi descer do carro e desmontar a bike debaixo de vento e chuva.  Congelei rapidinho, em questão de minutos já não sentia mais os dedos, providenciei logo de me secar e sair da chuva, senão não ia dar certo...
Tudo sob controle! Vamos ao que interessa!

Largada:

A largada aconteceu perto das 8:00h, e foi bike/run, ou seja, um da equipe saia de bike, e o outro a pé, na corrida. Decidimos que eu iria na corrida e Arnaldo na bike.
Contagem regressiva e largamos!
Saindo da praça virando a direita, logo chegaríamos na estradinha de terra, que no momento era pura lama devido a chuva, que aliás, agora parecia que ia dar uma trégua. Lá fomos nós.


Nossa meta era clara, chegar na frente de Gustavo (Gaia)...kkkk Coisa deles dois, mas abracei a ideia pra ficar mais engraçado. Logo nos primeiros metros onde estava difícil correr porque patinava na lama, a estrada era muito irregular e ainda tinha que desviar das bikes, que também estavam com dificuldades.
Arnaldo que me acompanhava na bike pouco mais atrás disse: Alcance Gaia! Pior que eu nem sabia onde ele tava, e tinha que prestar muita atenção onde pisava pra não escorregar, mas assim que melhorou um pouco a situação do terreno, olhei pra frente e Gaia estava logo ali, nem me preocupei em acelerar, pois tinha uma subida mais à frente...era só manter. Dito e feito, cheguei em Gaia e pra "encher o saco" do nosso concorrente, passei quase por cima dele fingindo que nem vi, só senti de rabo de olho ele olhando pra mim e não se aguentou... soltou um: "Nem f...." e acelerou!! kkkkk foi engraçado... (Gaia to me divertindo nessa sua fase "fat"). Poucos kms à frente, no PC2, Arnaldo tinha que deixar a bike e seguir a pé comigo, aí que a prova começou de verdade, na procura pelo PC3, que era um PC virtual. Tínhamos que encontrar um número que estaria num casebre, e seguir com a informação para o próximo Pc. Começamos uma subida num morro que seria longa para muitas equipes. Achamos algumas casas e nenhuma tinha número. A primeira dúvida que surgia, era se a navegação estava realmente certa. Então ficávamos naquela coisa: Vamos até alí, pode ser atrás disso, pode ser depois daquilo, e nada. Depois de tanta procura, ou entrávamos na mata, ou não tinha mais onde procurar. Então, VAMOS RASGAR MATO! Entramos. Quase não tinha trilha, com a grande quantidade de chuva, se tinha alguma trilha, fechou.  Ficamos muito tempo andando naquela mata, nos prendendo em folhas, galhos, pulando troncos, pedras e tudo mais. Uma delícia por sinal, a  natureza passa uma energia incrível. Subíamos, subíamos e nada. 
Apesar de perdidos, éramos muitas equipes, então o negócio ficava mais animado, mas o tempo passando e não encontrar o PC encantado, foi desgastando. Enquanto os meninos conferiam o azimute, curva de nível, se vai, ou se fica e tal (nem me meto no assunto pra não atrapalhar) agachei pra descansar. Olhei pro chão, que na verdade não se via devido a quantidade gigantesca de folhas caídas, que até deixavam o chão fofinho. Logo percebi um movimento. Era uma aranha (se não me engano armadeira) passeando tranquilamente perto do meu pé. Tenho pavor de aranha! Se fosse em casa, certeza que eu sairia correndo fazendo um escândalo. Mas alí, correr pra onde? E outra, era eu que estava na casa da aranha. Lentamente levantei e fiquei de olho nela sem me mexer, ela seguiu seu caminho, não se incomodou muito comigo. E nesse tempo perdidos no mato, ví mais alguns insetos gigantes que chegam a impressionar pelo tamanho, mas me contive e superei meus medos, a sensação é boa...
Quando finalmente saímos da mata, ainda todos juntos, BB Adventure, Gantuá Sowitec, e mais algumas , estávamos no cume do morrão, ainda tínhamos uma mini escalada numas pedras que começavam a dominar o ambiente, quer dizer, agora, onde não tinha pedra, tinha um mar de urtigas e cansanção, as vezes ficava difícil não encostar e ficou um tal de Aí daqui, uiiiiiiiiiii dali, e quem mais sofreu nessa história, foi Gaia que estava de bermuda. Se eu, pela calça, quando encostei senti uma queimação terrível, imagino o coitado...
Mas aí, chegamos ao maravilhoso PC4, no topo e todo esforço valeu a pena! Que vista sensacional!!!


Hora de descer tudo que a gente tinha ficado horas subindo e procurando o PC3 que ficou comprovado depois que nunca existiu. Explico: A organização da prova colocou  nº na casa com antecedência, provavelmente alguém da região desavisado, retirou. Tanto, que nem os primeiros a chegar ao local acharam. Daí as equipes podiam tomar 2 decisões. A primeira, era ter a segurança que alí era o local certo, e já que não estava o nº, seguir em frente. E foi o que algumas equipes fizeram. A segunda (nosso caso) acreditou mais na possibilidade da navegação estar errada do que de alguém ter tirado o número. Assim perdemos horas preciosas....
A descida foi rápida, pra descer todo santo ajuda, mas os joelhos e coxas reclamaram, era muito ingrime e irregular. O jeito foi chegar no pé do morro e parar pra dar uma alongada.
Arnaldo pegou a bike e eu continuava a pé até o local de largada onde iria pegar a bike também. Dessa vez pelo desgaste, fomos revezando até lá. 
Marcamos o PC, peguei a bike e partimos. Demoramos um pouco com alimentação e Gaia que chegou depois, garantiu o dele saindo direto.
Ainda assim, o plano era alcançá-los. Saímos e não contávamos com os imprevistos que viriam a seguir.
Erramos de leve a navegação, logo consertamos, mas pra quem está seguindo, foi um tempo precioso.
Entramos numa fazenda com muitos bois e vacas exatamente no meio do caminho. Na hora que passei, alguns se assustaram e entrei em pânico achando que viriam atrás de mim. Eu ia fazer o que? Mas foi só o susto, nenhum deles achou que valia a pena o ataque. Ufa!
Eu já estava meio desidratada, com aquela sede que não passa nunca, mas o anjo Arnaldo sacou uma pera do bolso e me deu. Disse pra comer a pera sem pressa, e aproveitar pra dar uma recuperada. Devorei a pera, queria comer rápido, mas como estava com um dente quebrado do dia anterior, só conseguia mastigar de um lado, isso tava me deixando agoniada, e falei que poderíamos seguir devagar pedalando enquanto eu terminava meu lanche. Claro que tive problemas de pedalar naquelas condições, a primeira descida fui com a pera na boca, na segunda, Arnaldo estava bem na frente e não viu a cena ridícula. Já viu alguém descer uma single track cheia de pedregulhos segurando uma pera ao invés do freio? Chãoooooo é claro! Nada demais, só ralei o cotovelo tentando salvar minha fruta, mas não teve como, ficou cheia de terra.
Já estava alimentada e resolvi que ia aumentar o ritmo, estávamos passeando. Ainda tínhamos uns 15k pela frente, só tínhamos rodado 5k de bike. 
Senti algo estranho, olhei meu pneu da frente e estava completamente no chão. Ah, não, era só o que faltava! Tinha câmara, porém esqueci na mochila no carro de Arnaldo, mas não ia adiantar, faltava bomba!
Paramos pra ver se chegava alguém pra ajudar, mas as mutucas estavam furiosas e começaram a atacar.
Resolvemos então, voltar e caso encontrasse alguém com a câmara e bomba, seguiríamos.
Encontramos, ufa! Os meninos foram super solícitos e pararam pra nos ajudar. Arnaldo trocou a câmara, mas cadê a bomba? Descobriu que tinha perdido. Eles seguiram e continuamos o caminho de volta desanimados. Pouco depois encontramos com os meninos da BB, Plínio e Ricardo que tinham bomba. Aliás, tinham bomba, gatorade, anti séptico, super equipados! Adorei! Valeu a ajuda meninos!
Soubemos nesse meio tempo, enquanto enchíamos o pneu, que o próximo PC era corte, e que teríamos que voltar de qualquer jeito. Então, depois de tudo isso, achamos besteira prosseguir para o corte, e voltamos.
Confesso que num primeiro momento fiquei um pouco frustrada, pois nunca desisti de uma prova, sempre terminei.  Mas era hora de reconhecer que não valia a pena. Já tínhamos feito um bom treino, passado por lindas paisagens, e feito nossa parte. De certa forma, a missão daquele dia estava cumprida!
ps: Nossos concorrentes Gaia e Marcela terminaram a prova, parabéns!!! Mas quero revanche kkkkkk




Agradecimentos

Obrigada Arnaldo, meu parceiro, é sempre um prazer correr na Olhando Aventura.
Obrigada às equipes que pararam pra nos ajudar, com câmara, bomba, gatorade, valeu meeeeeeesmo!!