Vivendo a Bahia!

Nascida e criada em São Paulo capital, e há pouco mais de dois anos morando em Lauro de Freitas - BA. Resolvi criar esse blog para compartilhar as experiências, alegrias, diferenças, choques culturais, aventuras esportivas e conhecimentos que marcam essa mudança e adaptação. São histórias e curiosidades da nova rotina que tem seu tom de humor e vale a pena dividir. Isso é Brasil! Sejam bem vindos!!





terça-feira, 18 de novembro de 2014

INEMA 2014

Há 1 ano atrás eu ia fazer essa prova, duas semanas antes soube que estava grávida. Ainda assim pensei em fazer no esquema "café com leite", esperava todo mundo largar e ia atrás sozinha pra não correr o risco de tomar um chute. Mas, meu lado sensato me fez desistir, afinal não faltaria oportunidade...

O tempo passou, Cauã nasceu...

Ouvi o pessoal falar dessa prova, e pensei: Será q dá tempo de treinar? Faltava um mês e eu num nadava desde o sétimo mês de gravidez.

Ah, claro que dá! Vou de boa!

Primeiro treino: AFF!!!! Que marmota! Baleia encalhada!! Gente, vcs num tem noção do horror que é retornar!! kkkk Cada tiro de 25m parecia que ia morrer!!!
Assim foi, cada treino era menos pior, sentia que o corpo começava a responder. 
Só conseguia treinar 2 ou 3 vezes na semana e alguns treinos só tinha 30min!! 
Conseguimos marcar com as alunas que íamos levar pra Inema, dois treinos no mar, e aproveiei pra treinar tb.
Na semana da prova, Márcio me passou dois simulados (a prova "teoricamente" teria 800m), sabia que ainda não tinha chegado no meu ritmo normal, mas daria pra fazer. Iria fazer tranquilamente, mas sabe como é, foi divulgado o balizamento na véspera, daí começa a resenha e a pressão psicológica! kkk 

Uma coisa era certa, bem ou mal eu iria dar o meu máximo, chegaria no limite, pois num sei ser de outro jeito. 
Seja qual for a modalidade a ordem é:"Sangue no zóio" rsrsrs

Lembro de momentos antes da largada, orientar minhas alunas, e sugeri que fizessem como eu: Largar tranquila, sentir a prova e depois aumentar o ritmo, pra não correr o risco de quebrar no meio.

Dada a largada, saí que nem louca e pouco mais à frente já estava bem cansada! kkkkk (num fiz nada do que havia recomendado) agora Fernanda, já era, vai ter que administrar a falta de ar até o fim! (eu pensava comigo mesma)
Claro que nessas condições, a bóia de retorno parecia eternamente distante!! kkkk Mas eu estava realmente empenhada em dar meu máximo até o fim e nem me abalei!
No retorno, parecia que tinha passado um transatlântico naquele momento por ali, porque estava balançando bastante, de dar uma certa tontura, pensei logo no meu desafio de 2015, Mar Grande, deve ser assim o tempo todo!!! Vou ter que treinar isso!!

Enfim, logo passou esse balanço e voltou a calmaria, uma nadadora chegou do meu lado e parecia que queria passar por cima, já que por mais que eu tentasse me afastar, ela vinha pra cima de novo!
Só tinha um jeito, deixa-la pra trás! rs 
Já via a chegada, devia ter uns 200m. Bora acabar logo com esse restinho de fôlego!
Ufa!! Cheguei!! Implorando um balão de oxigênio! kkkk

ps: Só quem nadou sabe que tinha mais de 1k, num é possivel aquilo!!!! kkk


A surpresa foi descobrir que ainda garanti um segundo lugar no pódio por categoria!!

E a verdade é que acabou a brincadeira.... muuuuuuuito treino a partir de agora, Pra começar 2015 focada pra Mar Grande, já que o objetivo não é só completar, é completar BEM!!

To voltando!!!
Valeu pessoal do Marcio Cunha, Dudu e as Pinks. A energia da prova estava show com tanta gente bacana junto!

Alunas TPM: Estou orgulhosa demais de vcs!! Parabéns!!

Ká!! Quando eu crescer quero ser igual a vc!!! Nadou muitooooo!

Marido, mãe e filhote......amo a companhia de vcs!!!!




terça-feira, 7 de outubro de 2014

TPM Pós Paridas no Sesc Triathlon

Mesmo com a correria que anda a vida, não poderia deixar de fazer esta postagem.

Com a inauguração da TPM Assessoria Feminina, levamos algumas equipes para participar do Sesc Triathlon.
Dani, amiga e mamãe também, convidou para montarmos uma equipe de revezamento só de mamães que pariram esse ano.

Montar a equipe foi fácil, difícil foi conciliar os treinos juntas e principalmente a logística para o dia da prova.
Cauãzinho ainda com apenas 3 meses, sai pouco de casa e mama exclusivamente no peito a cada 3h.
A prova era longe, e seria impossível não levá-lo. Mas para isso tinha que contar com o apoio e colaboração do marido, levar carrinho do Cauã, minha bike... acertar o horário da mamada do bebê, .estar  preparada para a prova e aquecida. Fácil? Nem tanto...

Levantei as 4h, o que nos últimos meses é normal, me arrumei voando, fiz café, troquei Cauã ainda dormindo. Complicado foi fazer o marido levantar....e eu ansiosa pra não atrasar.
A questão da bike foi resolvida por uma amiga que também ia pedalar no revezamento e se ofereceu pra levar minha bike, pois reparou que minha logística estava meio complicada rsrs (Gi e Dênis, obrigada, vocês foram 10)!!!

No caminho Cauã dormiu, (carro é um milagre) a gente se perdeu um pouco, mas estávamos no horário. 
Na chegada eu tinha ir correndo pra o check-in fazer a marcação. Cauã acordou com fome.
 Daí complicou tudo kkkk Peguei a bike com o Dênis, ainda tinha que levar Cauã no carrinho, seria fácil se meu marido pudesse entrar na área de transição, mas foi proibido. Pense na louca com o bebê chorando, achando um lugar pra bike e outro pra amamentar?
 Enfim deu tudo certo. As meninas cuidaram da bike pra mim e fui amamentar Cauã onde meu marido pudesse estar.
Sentamos na tenda de massagem
Nisso, aparece a Dani (nossa corredora), com a filha da Mi no colo (nossa nadadora) que ja ia largar. E o pai não havia chegado para pegá-la. Então, Dani sentou com a gente para dar a mamadeira enquanto aguardava.

Por sorte, Cauã pediu pra mamar na hora certa, mamou bem e terminou assim que foi dada á largada. 
Ajeitei os dois na tenda que iriam aguardar e ja fui pra área de transição,
Não demorou muito a Mi chegou e parti pro pedal. 
Não aqueci direito, e também não estava tão bem fisicamente, é claro, Isso fez com que após minha saída esbaforida correndo até a área de monte e alguns metros pedalando forte e contra o vento, eu pensasse: IXI....20k, nunca foi tão distante! kkkk
Passado esse começo sofrido e já aquecida, a coisa fluiu melhor, mas ainda no sentido em que o vento estava contra judiou das pernocas. 
Mas estava tudo de bom, eu finalmente estava de volta às provas, ambiente que eu amo!!!! E melhor, com meus dois amores me esperando. Queria mais o que?
Só faltava o pódio, Mas aí já era querer demais! Afinal, tinham 7 equipes no revezamento.


Cheguei na transição, entreguei o chip pra Dani, agora era com ela. Minha missão estava cumprida. Bora ver meu bebê e marido se estavam bem.
Cauã super comportado, dormindo rs

A princípio, o combinado era ir embora assim que finalizasse minha participação, mas com Cauã tranquilo, resolvemos ficar mais um pouco e acompanhar a chegada da Dani e das meninas TPM!

Não demorou muito e Dani chegou, ela arrasa na corrida! E olha que o percurso tinha subida viu!
E quando nos demos conta, estávamos em terceiro lugar. Será?? Melhor aguardar o resultado oficial.

Nesse meio tempo, começou a garoar e aglomerou onde estávamos com Cauã. Achamos que era hora de ir embora.
As meninas ficaram..
Mais tarde, Dani me ligou com a notícia: Sim, terceiro lugar! Estávamos no pódio!!!
E não é que os babys trouxeram sorte e força para as mamães?!

Equipe TPM Pós paridas!

Deu tudo certo, até pódio. Além da estréia da TPM Assessoria em prova que foi um sucesso! 4 pódios no total! Chegamos pra ficar!!



Não faltava mais nada.... bora curtir o domingão com a família...

To voltandoooooooo!!

AGRADECIMENTOS:

Dani e Mi, minha equipe mais que especial: Provamos que querer é poder!

Gi e Dênis obrigadaaaaa! A ajuda de vcs com a bike foi fundamental para que fosse possível participar.

Marido: ter sua companhia me faz feliz demais!

Cauãzinho...sem palavras! Desde pequeno já é tão parceiro!

Meninas TPM, PARABÉNS! A TPM brilhou graças a vocês!

Até a próxima

domingo, 29 de junho de 2014

A chegada de Cauã - Relato do parto

Sábado, 21 de junho de 2014
Dia feliz! Completava 37 semanas de gestação, ou seja, o bebê poderia nascer a partir deste dia e já não seria considerado prematuro. O ideal seria ficar ainda mais 3 semanas na barriga.
O dia foi ótimo, comecei com um treininho leve, depois caminhada ... mais ou menos como andava minha rotina. Nas minhas caminhadas conversava muito com Cauã, e lembro de ter dito: Filhote, minha parte eu fiz, que foi mante-lo na barriga até agora. Daqui pra frente você decide quando vem pra cá. Só não imaginava que depois dessa conversa ele já tinha tomado sua decisão.


Por volta das 20h, fui tomar banho, enquanto o marido colocava umas mini pizzas no forno. Ao sair, senti um "jato quente" escorrendo entre as pernas. Fui olhar, tinha sangue e muita água, que começava a descer quando bem entendia, fora de meu controle. Os sinais eram claros. A bolsa havia rompido.

Desde que comecei a pensar no parto e após ler muito sobre o assunto, percebi que o parto normal seria o melhor para Cauã e para mim. Escolhi o CPN (Centro de Parto Normal) para receber Cauã. Como tive uma gravidez tranquila, fiz avaliação e aceitaram meu perfil, por ser considerada gestante de baixo risco, já que, não tive qualquer intercorrência na gravidez.

Acompanhada do marido e de meus pais, chegamos no CPN por volta das 22h, eu começava a ter cólicas leves.
Fui pra avaliação, fiz exame de toque e veio o banho de água fria. A médica disse que meu colo do útero estava fechado, ou seja, dilatação zero. Com a bolsa rota como eles dizem, não poderia esperar muito, e para eles era arriscado ficar com uma gestante que tinha acabado de completar 37 semanas.
E ouvi a seguinte frase: Desculpe minha querida, não podemos ficar com você. Vá para uma maternidade fazer uma cesária logo!
Poxa, meus planos de parto normal já foram por água abaixo sem nem tentar?

Fomos direto para a Maternidade Santa Maria do Hospital Português, que já era o meu "plano B".
Tentei não desanimar, afinal a chegada de Cauã era motivo de alegria.
Chegamos por volta das 23h, logo fui atendida na emergência. Falei pra médica sobre meu desejo de parto normal e o banho de água fria que levei no CPN.
Ela me examinou e disse: Seu trabalho de parto está iniciando agora, você está com 1cm, seu bebê está encaixado e poderá ter seu parto normal. Mas, sabe que terá que chegar a 10cm. Pode levar umas 12h. Você tem certeza?
Sem pensar respondi: Tenho!
A médica: Corajosa! Vou pedir sua internação. Faça muita caminhada pra acelerar o processo. Boa sorte! Nos vemos quando chegar a hora!
Uhuuuuuuuu! Teria meu tão sonhado parto normal.
Avisamos meus pais para irem pra casa descansar, que Cauã só chegaria no dia seguinte.
Marido e eu fomos para o quarto.
                                                Aguardando a internação

E aí começa a história...
A ordem era caminhar! Andei acompanhada do Alê pra lá e pra cá no corredor. As dores começaram a incomodar mais. Durante toda a gestação me preocupei com o preparo físico e psicológico para viver esse momento. Meu marido apoiou desde o começo e também teve que se preparar, afinal, não é fácil ver a pessoa que você ama berrando de dor e ficar calmo.
Achava que teria muita cólica, e até tinha um pouco, mas o que pegava mesmo era a tal dor na região do cóccix do osso se deslocando para preparar a passagem do bebê.
Ainda bem que existe intervalo entre as contrações, senão, seria impossível aguentar. Mas os intervalos diminuíram muito, chegou num ponto que eu andava até a porta do quarto, voltava até a cama e lá urrava, uivava e gritava de dor. Acho que por uns 30 segundos. Caminhava até a porta novamente....voltava pra cama, onde me debruçava pra não cair. Em todas as vezes, o Alê fazia massagem na região das costas que incomodava, incansável.
Lá pela 1:30... a brincadeira estava ficando insuportável, já que a dor era tão intensa que eu tinha a sensação que ia desmaiar. O andar todo já ouvia meus berros. E aí, tive meu momento de fraqueza. Pensei que não iria aguentar. Pedi pro Alê chamar as enfermeiras. Elas foram horríveis. Chegaram duas, já fui logo perguntando se num tinha um analgésico só pra amenizar um pouco as dores. Elas deram risada. Disseram: Você acha que está com dor agora? Você num viu nada, vai piorar muito ainda.
Eu alí me contorcendo de dor, e as duas querendo dizer que eu estava com frescura??? E ainda continuaram... pelo tempo você deve estar com 1,5cm, no máximo 2cm, tem muito o que gritar pela frente minha filha. Ué? Num foi você que quis assim? A médica não prescreveu nenhum medicamento.

Depois desse discurso, eu me ví totalmente desmotivada e pedi que chamassem a médica. Quando saíram, falei pro Alê: Mil desculpas marido, mas eu vou desistir, se ainda está no começo, não vou aguentar. Ele tentou me encorajar, mas respeitou minha decisão.
 A médica entrou. Como assim você quer desistir? Ah não, continuou ela, você chegou tão decidida, tão motivada, por que vai desistir aqui?
Eu disse: se ainda estamos no 1cm ou 2cm, não tenho condições...
Ela ainda tentou me motivar e resolveu fazer o toque. E a surpresa: 5cm!!!
Quantooooo?
Nem preciso dizer que foi o suficiente para o meu lado forte, mandar o fraco catar coquinho que estávamos no jogo de novo! E mais motivada do que nunca, voltei a caminhar. Ela disse: com 8cm, eu venho te buscar pra sala de parto. Uhuuuuuuuu, demorou!!!!
Pouco tempo depois a coisa ficou feia! kkkk Já não era mais o andar que participava dos meus berros e sim o prédio. Mas juro, uma dor muito, muito forte e indescritível. Só quem viveu sabe!!
Marido continuava incansável nas massagens, costumo dizer que ele foi minha "doula", fundamental para continuar firme em nosso propósito!
As 4h, entraram no quarto, achei que fossem me mandar calar a boca, porque a essa altura eu já tinha perdido a noção do que estava em volta, concentrada realmente em superar cada contração dolorosa. O Alê disse: Dá pra perceber que a dor aumentou, porque o volume da sua voz subiu absurdamente!
Mas aí veio a boa notícia: Já vão te levar!! Ufa!! Graças a Deus mais uma etapa vencida! Mais um motivo pra continuar!!  E nos intervalos das dores ainda brincava com marido... uhuuuuuuuuu Cauãzinho ta vindooooo!!! Estávamos curtindo o momento. Na verdade, todo o trabalho de parto, foi um ritual de passagem para uma nova fase da vida.
Descemos. Fomos recebidos na sala de parto por uma enfermeira muito gente boa, que me orientou a fazer exercícios na bola de pilates. Marido mantinha firme as massagens! Chegou o médico, não seria a mesma que me atendeu na emergência, mas já fui com a cara dele de primeira. Sabe aquela pessoa calma que te passa segurança? Estava tudo certo.
Novo exame de toque. 8cm! Obaaaaa! Poucas horas e Cauãzinho tá aí!
O médico disse pra continuar os exercicíos na bola que aceleraria bastante esse final.
Missão dada é missão cumprida! Num parei um minuto! A enfermeira até falava: Você pode parar um pouco pra descansar, afinal, terá que guardar forças pra hora H, não se desgaste tanto!
É que ela não conhece a pessoa aqui. Sangue no zóio!! kkkkk
Nessa fase, a orientação foi para ficar rebolando sentada na bola, tipo girando no bambolê, nos intervalos de contração. E na contração, empurrar a bola para baixo e fazer força (tipo a força de coco) aí sim era sofrido!
                                                  Aguardando a próxima contração

Ficamos mais de uma hora assim, e apesar de tudo foi delicioso.
 Nos deram privacidade, deixaram uma luz bem baixinha, ligaram o som com músicas internacionais românticas. Enquanto fazia os exercícios o Alê me massageava. Não trocávamos muitas palavras, mas nos olhávamos, trocávamos sorrisos, estávamos curtindo nossa passagem para a nova fase.
A enfermeira entrou e pediu que eu subisse na cama que o médico estava chegando pra examinar. Perguntei se eu poderia escolher a posição para expulsão. Mas ela disse que teria que ser na cama. Sem problemas.
Novo exame: quase 10cm! Aeeeeeee! Ele disse: Mais uns 30min. Continue fazendo força durante a contração. Nos intervalos relaxe, estamos no final, mas a parte mais difícil está por vir, preciso de você inteira!
Agora os intervalos eram maiores, já estava tão cansada que cochilava. proporcional às dores que quando vinham.... %$#¨&%#@*
A enfermeira me auxiliava na força, e ficava alí com a cara no gol pra ver se eu fazia certo. E dizia: Força na parte baixa, força de fazer coco! Issoooo, muuuuuuito bem!!! Tá chegando, vou chamar o Dr.
Ele apareceu e começaram a arrumar tudo pra receber Cauã. Disse que daria uma leve anestesia, que eu ainda sentiria tudo, mas iria me ajudar a fazer mais força e facilitar a saída de Cauã. Aceitei. Foram chamar o anestesista, e o médico saiu da sala.
Ficamos apenas com  enfermeira.
Ouvia uma moça gritando na sala ao lado, exatamente como eu, sabia o que ela estava sentindo. Mas de repente continuei berrando sozinha, ela se calou.
Meu corpo resolveu iniciar a fase expulsiva antes do médico chegar. Quero dizer, quando tinha contração, vinha uma vontade incontrolável de fazer força, mas o corpo pedia muita força mesmo, dava até ânsia de vômito...
A enfermeira acompanhava tudo e estimulava: Isso Fernanda, muito bom! Tá certinho! Força! Isso aí!
De repente o discurso dela mudou:
Pare Fernanda, Cauã vai sair!!! Segura aí, vou chamar o Dr!
Mas era meu corpo fazendo força sozinho, quem disse que eu conseguia parar? kkkkk
Alê e eu na sala. Imaginei que ia na raça mesmo, o anestesista não chegaria a tempo!
Intervalo de contração. Ufa! E agora? Cadê todo mundo? Na próxima ele vai nascer!
Contração vindo... entrou todo mundo, já me colocaram sentada o anestesista já me furou nas costas, deitei novamente. Foi o tempo de colocarem um ferro pra segurar e começou!
Força Fernanda! Dizia o médico, ele tá vindo!
Eu sentia ele saindo e sabia exatamente em que parte estava. Fiz uma hiperventilação, puxei o ar e prendi fazendo muita força. Na verdade toda força que eu tinha! Ouvia o médico dizendo: tá indo bem continue! Resolvi que só pararia quando Cauã saísse todo. Não queria que fosse sofrido pra ele!
Fiz tanta força que quando acha que não tinha mais forças, fazia mais força ainda! 
Cauã chegou às 6:31h com uma sala lotada de gente assistindo! Num sei da onde saiu tanta gente!
Soube que parto normal é raridade por lá, a mulherada chega pedindo cesária. Então quando acontece, vira sessão de cinema!! kkkk
A coincidência é que justamente nesse dia, seriam dois partos normais. Lembra que eu falei da moça gritando na outra sala? Então, soube que a guerreira estava em trabalho de parto desde às 13h do dia anterior, chegou a 9cm, mas o bebê dela fez o primeiro cocozinho ainda no ventre da mãe. E tiveram que fazer uma cesária de emergência. Por isso sumiu todo mundo e tive que segurar Cauã.

Colocaram Cauã imediatamente no meu colo. Não tenho palavras pra descrever tanta emoção desse momento.

Quando o cordão umbilical parou de pulsar, cortaram e começaram com os procedimentos nele.
Nessa hora a anestesia fez efeito, então não senti a retirada da placenta, assim como os pontinhos que tive que tomar nas partes. Não foi feita a episiotomia, então houve uma pequena laceração do tecido. Nada que não seja reparado.
A equipe me parabenizou por colaborar em todo o trabalho de parto, disseram que é raro não usar a ocitocina sintética pra acelerar, e isso foi possível pois fiz os exercícios o tempo todo.
O ritual terminou com a chegada do filhote. Além de Cauã, nasceu a mamãe Fê e o papai Alê.Fica na memória a lembrança desse dia incrível.
E como disse uma amiga, logo só ficará a lembrança boa, a parte da dor será esquecida rapidamente.

Hoje, exatamente uma semana depois, posso dizer que cada minuto dessa experiência valeu a pena.
Cauã, apesar de ter nascido pequeno, está super bem e ganhando peso.
Eu, estou praticamente com o peso normal (ganhei 13kg na gestação) com muito leite, sem cortes, sem dores.
Agora é só curtir o pequeno!

Agradecimentos
Em primeiro lugar, meu marido. Que viveu intensamente comigo cada fase da gestação e principalmente do parto. Nada seria possível sem seu apoio. Parabéns ao pai incrível que nasceu com essa história. Cada dia me apaixono mais por você!

Meus pais e família: Que em todos os momentos ficaram comigo, nas consultas de perfil, ultrassons, ida pra maternidade e que passaram a noite em claro aguardando notícias!
Ter vocês ao meu lado me encoraja pra encarar tudo na vida. Amo vocês!

As minhas amigas que acompanharam tudo, aconselharam, apoiaram e orientaram. Kaká e Dani 
Vocês são demais!!

ps: Me perdoem se tiver muitos erros de português, o sono ta tenso!! rsrsrs

Agora é recuperar o sono!