Vivendo a Bahia!

Nascida e criada em São Paulo capital, e há pouco mais de dois anos morando em Lauro de Freitas - BA. Resolvi criar esse blog para compartilhar as experiências, alegrias, diferenças, choques culturais, aventuras esportivas e conhecimentos que marcam essa mudança e adaptação. São histórias e curiosidades da nova rotina que tem seu tom de humor e vale a pena dividir. Isso é Brasil! Sejam bem vindos!!





quarta-feira, 30 de outubro de 2013

FAAP STUDENT CUP 2013

Quando Rick me convidou para fazer parte da equipe, aceitei mais do que depressa! 
Quando cogitou os nomes Marcelo e Pedro (dois monstros) ficou de confirmar mais tarde se eles aceitariam minha presença na equipe. Já fiquei com frio na barriga aguardando a resposta...

Yesssssssss!

Oportunidade única de correr com esses monstrinhos fortes e muito experientes. Mas, rolou aquela insegurança...será que eu daria conta do recado? Odeio ser âncora, e com certeza, seria! rsrs

Prova curta, 10k run, 2k boia cross e 5k remo. Ou seja, na linguagem desses meninos, um tiro só!!!
No momento atual, sem poder treinar forte corrida, sabia que seria a parte mais sofrida, então, o jeito era preparar a cabeça mesmo! O bóia cross, ia ver na hora.... e o caiaque, não seria problema, estou com bom volume de remo.


Enquanto rolava o briefing, fui correr, pra aquecer. Sabia o que estava por vir, e a ideia era já largar na frente.  Discutimos sobre largar clipada, mas Marcelinho achou melhor a gente sentir um pouco a prova e ver o que ia fazer.

Largamos! Os meninos saíram num ritmo forte e me mantive por perto. Logo após a largada, já encaramos uma subida e pra garantir, pedi pra clipar, era uma forma de retardar "a quebra".



A subida não foi tão terrível, também, deixei a força com Marcelinho (desculpa aí Má). Mas a segunda equipe vinha logo atrás e escutava Allan gritando pra equipe apertar o ritmo e nos alcançar. Isso sim era terrível! 

Pra piorar, erramos o caminho e percorremos 1k e pouco a mais! Pelo menos...levamos todos juntos!
Primeira descida, ufa! Que bom! Que bom???? Nãooooo, era a hora que meus monstrinhos queriam voar!! Aí sim o bicho pegou! Acompanhar as largas passadas já era difícil, naquele terreno de areia, grama e pedras, tornava mais tenso... mas o que eu podia fazer? Prestar muita atenção onde pisava e respirar.

Mais uma subida, diminuímos o ritmo, deixava a força por conta do Marcelinho e me recuperava um pouco.
Chegamos no ponto de hidratação. Tínhamos água, então, Pedro pegou algumas garrafinhas, mas não precisamos parar, e nova descida pela frente, dessa vez bem longa.

Pedrinho, que estava ligado na equipe que vinha na nossa cola, percebeu que pararam pra pegar água, e já avisou: A hora é agora, vamos abrir! Soca a bota!
Lá fomos nós de novo voando descida abaixo, cuidava pra corda não dar tranco pra num desequilibrar e tentava me concentrar. Mas, o ritmo estava muito forte e fui ficando cansada, muito ofegante e a respiração estava toda atrapalhada. Tinha que continuar! Rezava pra ter subida, mas só descia.
Comecei a sentir uma leve pontada do lado direito, que logo aumentou, até ficar insuportável! Não queria falar nada, imagina, eles iam me matar!!! Fui curvando de dor, tentando fingir que tava ótima!! kkk 
Até que num deu mais! Tive que falar, ou ia cair alí. Diminuímos muito o ritmo, cheguei num ponto que já quase não respirava de tanta dor. Minha preocupação era a segunda equipe chegar, acho que eles me afogariam no rio... mas ainda assim, foram super solícitos, os 3. Ajudaram na minha breve recuperação, e voltamos a apertar um pouco o ritmo. E a essa altura, eu rezava pra chegar logo o rio!!!

Chegamos!!! UFA!!! Pensei: O pior já foi! Agora é só alegria!!
Jogamos a bóia e pulamos logo atrás na água, tentando descobrir como era a melhor maneira de descer o rio. Quer dizer, entenda "melhor" como "mais rápida". Tentamos de frente, de costas, dentro da água empurrando a bóia nos pontos mais rasos. 
Apenas sentávamos dentro da bóia, nas corredeiras. Eu estava um pouco à frente dos meninos, e quando olhava pra trás passando pelos pontos críticos, só via bóia pra um lado e eles pra outro....  torcia para que não se machucassem.
Consegui não cair em nenhuma corredeira, até que, na última, e mais "boba" fiquei presa num galho e a bóia saiu debaixo, alí paguei todos meus pecados...kkkkkk Bati de frente, de lado, de costas, de joelho....aff! Uma pancada mais dolorida que a outra, mas, faz parte!


 Final de modalidade! Hora do caiaque! Pelo menos era o que eu achava..... até descobrir que tinha mais 3k correndo! Hora de ligar o "modo cabeça" para fazer esse trecho, rebocada, é claro. Além do Má me puxando, Pedro ficou do meu lado o tempo todo dando uma força, e Rick cuidava da hidratação.
 Fala sério, eu tava no céu de tão bem cuidada!
Esse trecho foi num  ritmo moderado,  já que abrimos ainda mais vantagem do segundo colocado no rio.
Chegamos no caiaque, 5k pela frente. O vento estava meio estranho, de lado, atrapalhava mais do que se estivesse contra. Meu parceiro de caiaque monstro, teve que fazer um pouco mais de força no leme, mas nada que fosse problema pra ele.


A prova estava ganha, o lugar mais alto do pódio era nosso! Mas, como aventura tem suas surpresas, resolvemos comemorar só depois da chegada.

Deixamos os caiaques à beira da represa, e de mãos dadas, passamos pelo pórtico!



Meninos! Muito obrigada por me aceitarem na equipe, foi uma experiência maravilhosa correr com monstroooooss! Mas que além de tudo, me respeitaram e cuidaram quando precisei. Amei cada minuto!


Até a próxima!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

21k Farol a Farol...


 Fiz a inscrição pra essa prova com muita antecedência, tanta que fui a primeira! kkkk 
O plano inicial era fazer a preparação adequada para baixar meu tempo. Montei a planilha e comecei os treinos. Mas, no meio do caminho, fui me empolgando com tantas outras provas que foram surgindo, de modalidades bem diversificadas, e acabei deixando os treinos da meia maratona de lado.
Meu último longão, foi mais ou menos um mês antes da meia maratona e voltando das férias, pense, tudo errado. 
Acabei me inscrevendo na prova de triatlhon e precisava voltar a nadar urgentemente, ou seja, foco na natação, corrida deixada de lado. Depois corrida de aventura, foco na bike, corrida deixada de lado.
E foi assim, no último mês fiz poucos treinos de corrida, todos curtos e leves, pois sempre estava cansada!
Na última semana então, tinha acabado de voltar da prova de aventura de 120k, então, passei a semana regenerando..
Só a meta de tempo que continuava a mesma. E eu pergunto: Isso podia dar certo? Claro que não! (pretendia fazer abaixo de 1h50min)
Chegou o dia da meia, estava tranquila, dormi bem, comi bem e ganhei o melhor presente de São Pedro: Estava nublado e com leve garoa. PERFEITOOOOO!!
Optei por uma estratégia arriscada. Normalmente começo tranquila, e aumento gradativamente o pace mantendo mais forte no final.
Resolvi inverter, aquecer 2k tranquilamente e aumentar drasticamente o pace, na intenção de aproveitar o nublado, pois se abrisse o tempo, meu rendimento cairia muito com o calor, me conheço!!!
Largamos. Depois do meu breve aquecimento, acelerei. Nesse meio tempo, tomei um gole de gatorade que ofereceram, diminui bastante pra engolir, mas ainda assim, desceu meio torto. Meu tênis desamarrou e parei rapidamente pra amarrar. 
Estava só com o cronômetro, às vezes ficava meio sem noção do meu pace, mas lembro de passar na placa de 12k marcando 1h certinho, estava bem e a ordem era acelerar.
Mas aí, chegou o sol e um trecho de vento contra bem forte. Na hora todo meu conforto desapareceu. Me arrependi profundamente de ter deixado para trás a garrafinha de água quase inteira, apenas tomando um gole e jogando outro na cabeça!! Minha meta virou o posto de hidratação, a partir daí tudo começou a ficar longe....kkk
Até agora não entendo como fui ter tanta cãimbra, nunca tive assim, no meio da prova, tão cedo! Será que ainda estava cansada da semana passada? A fisgada que deu na coxa esquerda me fez dar uma desiquilibrada e mancar, e talvez por conta disso a panturrilha direita respondeu à altura com cãimbra também! Continuei correndo, claro, num ritmo bem menor e comecei a dar tapas (a louca) na coxa com vontade, daqueles bem ardidos, pra ver se soltava, ou se pelo menos substituia uma dor por outra!! O pé que incomodava desde o começo, já nem lembrava mais!!
Placa do k16, putz, tinha 5k pela frente naquela situação!!  Numa outra seria: EEEEE só faltam 5k!! Mas virou: AFFFF!! Ainda tem 5k!! Nãooooooo!! kkkkkkk
Aí num teve jeito, já que o corpo tava estragado, teria que finalizar com a cabeça!!! Sofri bastante, porque dói hein!!! Aff, dói!! 
O plano sobre o tempo já tinha mudado, já estava em 2h, mas já que tava difícil o negócio, pensei: Se acelerar, acaba mais rápido!! Nova meta: 1h55m.
Lembro de uma placa que dizia: Retorno dos 5k. (A prova de 5k largava onde era a chegada dos 21k) Provavelmente faltavam 2,5k. Respirei fundo e forcei a passada ao máximo, claro que na minha cabeça, parecia mais do que realmente era. Do ponto que fazíamos a curva e já era possível enxergar o pórtico longe, na descida, soltei mais ainda e a dor se tornava generalizada. O corpo pedia pra parar e eu acelerava pra mostrar que QUEM MANDA AQUI SOU EU!! kkk 
Nessas condições deploráveis, passei o pórtico com 1:54:27, e a primeira coisa que fiz, foi me atirar no chão!! E claro que foram me socorrer e me tirar dali pra num ser atropelada pelos que chegavam.

Não foi meu melhor tempo, mas naquelas condições, era o melhor que podia fazer e fiquei satisfeita!


Valeuuuuuuu!!


Foto: Sandrinha Midlej

Foto: Adriano Reis AR23
Foto: Equipe Sandrinha Midlej



Próxima brincadeira, FAAP STUDENT CUP em Itirapina -SP, essa vai ser TOP!!!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

TROTE 120K - Uma expedição pelo Recôncavo Baiano- EQUIPE INSANOS

O dia começou com o check-in das equipes, seguido pelo comboio para deixar as bikes no local de transição. Equipe unida, vai junto até no comboio!! E esse tempinho com os meninos Insanos, já deu pra sentir 2 coisas: Primeiro: Eu iria dar muitas risadas nessa prova.  Segundo: Nunca ví tanta gente desorganizada junto, me incluindo claro..... isso num ia dar certo! kkk
Começou no comboio. No meio da estrada, Dau, o motorista, reparou que o combustível estava na reserva, só faltava a gente voltar do comboio empurrando o carro! kkkk Felizmente, isso não aconteceu!

                                                     Foto: Flavyo Lima

Bikes entregues! Hora de retornar pro briefing. Assistimos ao briefing devorando "o rango" que Walter providenciou pra galera, e deu uma energia a mais antes da prova!
Enquanto os meninos marcavam o mapa, já comecei a me preparar pra não esquecer de nada! !Passa protetor solar, confere a mochila, come mais alguma coisa.... afinal, estava prestes a começar uma prova, da qual não sabia como me sairia... e eu não estava afim de dar trabalho pra ninguém!

                                                       Foto: Flavyo Lima
                                                 Foto: Flavyo Lima

Largamos às 13h, e juro, se falasse que tinha "um sol pra cada um" ainda era pouco...muito, muito quente!! A estratégia foi sair num ritmo tranquilo, pra ninguém quebrar, e quando o sol baixasse um pouco, apertaríamos o ritmo. Começamos como na CICA, o PC1 era no cume da montanha, e dalí, seguiríamos para o Rogaine (pista de orientação).  
Nosso navegador já acertou optando por um atalho, e chegamos no PC1 na frente! Dau fez o grande favor de carregar minha mochila nesse começo de sobe e desce no solzão, o que foi um grande alívio, pois começo de prova é sinônimo de mochila pesada! Valeu Dau! 
O que aliviou no peso, compensou no espinho, esse trajeto do Rogaine foi marcado por vegetação mais fechada num trecho muito espinhudo. Isso porque eu estava toda coberta, mas alguns passavam pela roupa.
Fiquei presa toda enrolada numa planta dessas, e "Capoeira" da equipe Kaaporas que estava com a gente nesse trecho que ajudou a me desvencilhar da planta assassina! Seguimos em frente, até a transição para o caiaque. E esse seria loooooooongo 20k!

                                              Foto: Flayyo Lima
                                             Foto: Kassiele Kaiper (chegando no PC1)
Foto: Kassiele Kaiper  (No Rogaine)
Foto: Kassiele Kaiper (Rogaine, entrando no matinho espinhudo!)

O Rio Paraguaçu é lindo, horas bem largo, horas mais estreito. Assistimos um pôr do sol único e com certeza inesquecível a nossa direita, inclusive, talvez tenha sido por isso que falhamos em passar direto pelo PC3, primeiramente acreditamos que o mesmo não havia chegado, pois olhamos tudo e para não perder mais tempo, seguimos. Pensando agora mais friamente, talvez o sol tenha ofuscado nossa visão. Mas, deixa pra lá.
                                           Foto: Ana Paula Mattos

Me despedi do sol já pensando se sentiria muito sua falta na minha primeira noite de aventura.... preocupações a parte, tinha chegado a hora de viver essa experiência. Remamos, remamos, remamos.

                                       Fotos: Ana Paula Mattos

A musculatura das costas e trapézio já davam sinais de cansaço, mas o que mais incomodava eram as pernas, precisava trocar de posição, optei por cruzá-las, e segui remando assim, um pouco mais confortável. Paramos poucas vezes de remar, apenas para tomar água ou comer alguma coisa. Ficamos conversando para driblar o cansaço e quando escureceu completamente, o céu revelou-se admirável, não tinha nem uma nuvem, e dava vontade de ficar olhando pra cima. Muito lindo! Os olhos se adaptaram rapidamente à escuridão, enxergava apenas o necessário, o brilho da água, a sombra da vegetação em volta, as luzes distantes da civilização. 
Poucas vezes usamos lanterna, apenas para alguma conferência no mapa. Tinha receio do frio, ventava bem forte contra, o caiaque batia bastante e eu já estava toda molhada. Nas poucas paradas, o frio tentava me pegar, mas o esforço me mantinha aquecida, e até quando espirrava água, parecia que ela me esquentava, tava uma delícia! 
Quase 4h30m depois, finalizamos o remo. Estávamos em primeiro lugar! Então, nada de perder tempo, seguimos em frente! Tínhamos que chegar na outra margem do rio nadando, uma distância de mais ou menos 600m. Agora pense: como é possível nadar cheia de roupa, tênis, colete salva vidas, mochila e head lamp? Não dava pra exigir grandes performances rsrs. Entramos na água e foi a sensação que imaginei, quentinho!! Duro seria sair!! Fiquei testando a melhor forma de atravessar naquelas condições e me ajeitei de costas. Foi perfeito! Água quentinha, serviu para relaxar a musculatura, e ainda apreciando aquele céu infinitamente estrelado, não queria sair mais dali! Mas tinha que ir! Pelo menos saímos renovados, tanto que fomos para o trekking no trote! 
Eu me sentia gelada, mas não sentia frio, dá pra entender? O fato é que descobri que a noite é sensacional! Não tem aquele bafo do sol, e limita sua visão apenas ao necessário! (ás vezes é melhor não enxergar não é mesmo?) estava adorando a experiência. As 22:58h, saímos para o primeiro trecho de bike, minha iluminação parecia ser suficiente e não precisava diminuir muito o ritmo, essa parte ainda estávamos bem e finalizamos rapidamente os primeiros 10k. Chegamos no Pc que tínhamos apoio de suprimento e ainda bem, uma blusa que eu havia deixado já prevendo que pedalar molhada e de noite não seria muito agradável.

Foto: Flavyo Lima

Seguimos para a segunda parte de bike, dessa vez 40k e esse trecho sim daria trabalho. As subidas começaram. Mas não eram subidas, eram SU-BI-DAS, dá pra entender? Certo momento imaginei que o próximo Pc seria no céu! O pedal virou o famoso "empurra bike" era impossível pedalar, subidas extremamente íngrimes e muito longas, e nessa hora a equipe deu uma baixada. Walter teve uma indisposição, e se sentia mais fraco, o sono me pegou e quando me dei conta, havia cochilado e bati a roda na bike de André, quase foram os dois pro chão! Olha a situação, a pessoa dormiu pedalando...kkkk não imaginava que pudesse existir tamanha exaustão.
Chegando no Pc 14 (se não me engano) por volta das 3:00h da manhã, o mesmo não se encontrava lá, e fizemos uma parada. Simplesmente desci da bike, deitei no concreto em frente à capela e apaguei! O chão nunca foi tão confortável! kkk Eu achava que tinha apenas dado uma "pescada", mas André disse: Isso é o que você pensa!! kkk Então perdi a noção de quanto tempo ficamos ali, 5min, 10min ou 15min. Mas de fato, meu breve apagão foi renovador, e já saí ligadona, estava animada novamente!! O corpo é muito louco mesmo!
Depois que sobe, é preciso descer, algumas descidas eram mais técnicas, com muitos desníveis na trilha, mas ainda assim, acho que conseguimos manter um bom ritmo.
O sono pegou nosso navegador André, e começamos a errar a navegação, nessa hora, Dau, meio que assumiu o mapa, até André recuperar a atenção. Nessa parte que erramos, fomos ultrapassados pela Makaíra, que abriu vantagem, não tinha mais como alcançá-los. Estávamos em 2º lugar. 
Walter em alguns momentos parecia estar totalmente recuperado e seguia em frente firme, mas quando menos esperava, se sentia mal novamente e começava a travar uma batalha contra seu corpo que pedia pra parar. Mas seguia firme na ideia de terminar. Guerreiro demais!
Começou a clarear, saímos da bike e de volta pro trekking, passando por uma região bem simples, com moradores bem humildes, resolvemos parar e pedir um gole de café para reanimar. A moça que nos atendeu, já naquela hora da manhã tinha simpatia para dar e vender, nos deu 700ml de café quentinho e docinho no squeeze, e ainda um pacote de cream craker preocupada que estivéssemos com fome! É admirável a atitude dessas pessoas que encontramos pelo caminho nessa jornada, sempre solícitos, sorridentes e dispostos a dividir o pouco que tem. Grande lição ter oportunidade de estar com pessoas de coração tão grande!
O café deu uma reanimada em todo mundo, André reassumiu a navegação e continuamos em direção ao rapel. Sempre na caminhada, mas nas descidas, era mais fácil trotar, do que segurar o corpo andando...
Feito rapel, mais um trecho de trekking até pegar a bike rumo ao final da prova. Dessa vez, 10k plano. Ufa!! Ninguém aguentava mais subir!!
Saber que o final se aproximava, fazia buscar forças de onde não tinha mais para pedalar, voltamos num ritmo muito bom! 
E enfim, 20h depois, estávamos de volta onde tudo havia começado, só que carregando no coração experiências inesquecíveis, passado por lugares incríveis, conhecendo nossos limites e felizes por sermos vitoriosos!
Parabéns meninos! Feliz em dividir essa história com vocês! Vocês são realmente INSANOS!!

                                            Foto: Ana Paula Mattos

Parabéns aos atletas participantes, todos com muita garra! A melhor parte é ter com quem dividir essas experiências!!

Ao clube KAAPORAS, parabéns pela bela prova, lugares incríveis, modalidades muito bem distribuídas. Amei a experiência! Quero mais!!


Agora é recuperar porque semana que vem tem Meia Maratona.... rsrs não pode parar! 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Sesc Triathlon - O BATISMO

Esse ano estou ousada! Participando de competições de diversas modalidades, então, nessa linha de raciocínio, não poderia recusar o convite de Karen, minha amiga triatleta. E a prova escolhida foi a do SESC, pela data, e por ter a categoria MTB, assim poderia fazer com a "Fiona", não precisaria pegar uma speed emprestada. De última hora, Marcela, minha parceira de provas de aventura, animou e resolveu se jogar com a gente na brincadeira.

Praticamente 3 meses sem nadar, voltei 10 dias antes pros treinos na piscina, orientada por Marcio Cunha, tinha que tirar o atraso, pra num fazer tão feio.

O congresso técnico que teve no dia anterior só serviu pra aumentar a ansiedade e já entrar no clima da brincadeira.

Tudo certo! Tirando o fato que a ansiedade me deixou 3 noites de olhos arregalados já na expectativa, ou seja, no dia da prova eu tava um bagaço! kkk

A questão que me deixava mais ansiosa era a transição! Isso eu não treinei. Ficava tentando decorar a ordem do que faria na troca da modalidade com medo de esquecer algo.

Foto: Sandrinha Midlej
Foto: André Leite

Largada: Tudo pronto pra largada, a natação é minha pior modalidade, então nesse caso, o foco nem era ir forte, apenas chegar. De preferência sem tomar tapas e chutes!
Saímos num trote leve pela areia e mergulhamos. Ainda acompanhei visualmente Karen alguns metros, depois perdi, ela abriu. Fui no meu ritmo tentando trabalhar principalmente o final da braçada pra render um pouco mais. Perto da primeira bóia, avistei toucas amarelas (que largaram 3 minutos na nossa frente) e pensei: Nossa to bem!!! kkkk até parece, eram os retardatários.
Na primeira curva rumo a segunda bóia fui prensada, já que todo mundo fechou pra fazer a curva, e quase parei debaixo da bóia! Perdi tempo, tive que me desvencilhar dos fios que prendiam a bóia, para seguir em frente. Depois da segunda bóia já nadando em direção à praia, senti que rendia mais, acho que agora estava à favor da correnteza. 
Não tenho a menor ideia de tempo, quando ví que já estava no raso e as pessoas estavam levantando com água na altura das coxas e correndo, fiz o mesmo. Estava bem ofegante e essa mudança brusca me deu uma certa tontura. Nunca saí correndo da natação kkkkk

                                                  Foto: Sandrinha Midlej

Alguém da organização me estendeu um copo d´agua, num tive dúvidas, joguei no rosto pra ver se saia daquele estado.
Cheguei na transição e cadê a bike da Má?? Caracas!! Ela já foi!! Aí, foi uma mistura de sentimentos. Uma alegria enorme por ela estar tão bem e ao mesmo tempo, o pensamento: Tenho que buscá-la!! kkkk

Fui correndo pra área de monte, subi na bike já ajustei o famoso "catracão e coroinha" e força nas pernocas!! Eram 5 voltas, tive que me policiar pra não distrair e perder as contas.
Em alguns trechos o vento estava bem forte e precisava pedalar de pé, pra não perder velocidade!
Alcancei a Marcelinha truculenta na segunda volta, mas na verdade meu foco naquele momento era a loirinha que também tava de mtb e bem distante! Mas no caminho,a brincadeira que mais me distraiu e ainda fez com que eu pedalasse melhor, foi um duelo, com um cara que tava de speed. 
Resolvi ultrapassar o moço que estava à minha frente, e no momento que o fazia, ele me olhou, com aquela cara de que não tava achando muita graça de ser ultrapassado por uma mulher, principalmente de moutain bike, e não deixou barato, reagiu e passou! Passei de novo!! Ele passou! Passei de novo!! kkkk Tá eu sei, sou pentelha mesmo! E nessa, minhas pernas já estavam queimando, fui muito forte o tempo todo e finalmente já era a quinta volta.

Chegando na área de desmonte, o povo que estava á frente de speed, descia com a bike em movimento e saia correndo pra não perder tempo. Resolvi fazer igual né, e descobri que isso também deve ser treinado... levei um capote!! kkk Mas na mesma hora levantei, peguei a bike e me mandei, não dava pra perder tempo!

Como não tava de sapatilha, era hora de ganhar no tempo, o que eu perdi em rendimento. Prendi a bike, tirei o capacete, peguei a viseira e saí correndo, ajeitando tudo.
Ajeitada, resolvi aumentar o ritmo pra ver se alcançava a loirinha. Que nada! As pernas avisaram: Pegue leve, senão vai ter cãimbra!! E o que me esperava era uma subidinha chata! Putz, seriam 3 voltas nessa subidinha chata! Minha estratégia então, foi subir na boa e descer voando alargando a passada! Cruzei Karen que estava um pouco à frente e gritou: Me alcança Fê, quero chegar com você! Olha que fofa!! Mas quando cruzamos de novo, avisei que não ia rolar busca-la, mas que acelerasse, pois tinha condições de baixar seu tempo, e assim foi! A última subida foi triste, porém compensada na última descida já olhando o pórtico. Lá estava minha amiga Karen me esperando com o sorrisão, cheguei tão feliz que me atirei no colo dela! kkkk Coitada! Quase vai todo mundo pro chão!! Fizemos questão de esperar Marcelinha, que travava uma batalha com a Vera, outra concorrente da mtb. Marcelinha jogou duro, esperou o momento certo e ultrapassou Vera já no fim da prova.

Até aí, eu tinha certeza que tinha terminado a prova em 2º lugar, já que não consegui alcançar a loirinha, mas estava feliz da vida!

Quando saiu a lista de resultados, a surpresa! Estava em 1º Lugar e Marcelinha em 2º! Demos pulos de alegria!! Sensacional!! Podío duplo no triathlon das parceiras de aventura!
E o que houve com a loirinha? Era novinha, e estava em outra categoria, mas a menina arrasou!!!
Meu tempo foi de 1h 30 min (com as transições) ainda não sei o tempo liquido de cada modalidade.

E karen? Foi outra surpresa! Também estava no pódio do contra relógio, emoção única! Primeiro pódio da Ká no triathlon!! Orgulhooooo!!!

Nosso dia não podia ser melhor!!! Amei cada momento!! Quero mais!!!




                                                    Foto: Sandrinha Midlej