Sobrevivi ao Eco, mas a luta continua...

Exatamente no treininho de Páscoa com a Paty, senti uma dor no dedo do pé, parecia uma cãimbra, e apesar de incomodar bastante durante o treino, não dei muita atenção. No dia seguinte eu não andava. Poxa, logo agora que faltavam apenas 2 semanas para o Eco Adventure da FAAP...

Na primeira semana diminuí o ritmo de treino, mas conforme os dias passavam e a dor persistia, comecei a ficar preocupada e resolvi procurar um médico...

O primeiro que passei não me convenceu muito, melhor tentar uma segunda opinião. Um primo, também médico, indicou um especialista em pé e lá fomos nós (minha mãe e eu - aliás, muito obrigada pela companhia maezinha!!) madrugar no consultório para tentar um encaixe. Era o Instituto Bahiano de Medicina Desportiva e percebi que finalmente estava no lugar certo... mas daria para tratar a tempo?

Após 3h e meia de espera (aceitável por ser encaixe), Dr. Josias Ribeiro me atendeu. Após o relato sobre as dores, ele já deu o diagnóstico, mas pediu uma ressonância para confirmar. E exatamente um dia antes de embarcar voltei lá com o resultado do exame e muita dor, desesperada por uma solução. Era NEUROMA DE MORTON: Um nódulo no nervo do pé entre 3º e 4º metatarso. Comum em corredores (principalmente mulheres) de pisada pronada e até mesmo em  sedentárias que usam salto alto com frequência. 

 Como pode ser tão pequeno e incomodar tanto? O pior que eu não tinha tempo para tratar, estava surtando já de tanto desespero. Além de estar em crise por ter diminuído os treinos e ter aquela sensação que todo o condicionamento físico que eu conquistei tinha me abandonado, pensei: Tenho que treinar suportar a dor (que anta!!). Lá fui eu tentar correr...

Comecei e...impossível!! Fui pra casa e troquei o tênis. Tentei de novo!! Putz que dor!! Troquei o tênis novamente, coloquei um mais novo, na esperança de fazer alguma diferença...doce ilusão! Fui assim mesmo, tinha que ir. Nos primeiros kms as lágrimas escorriam mesmo eu tentando segurar. Na verdade, elas se atiravam mesmo. Depois, não sei se aqueci e a dor diminuiu, ou se acostumei, mas o fato é que consegui correr 10k. E foi a última vez antes do Eco. Afinal, no dia seguinte, piorou muito a dor, claro!!

Foram 4 dias de repouso total antes da primeira prova no Chile, e eu já me sentia uma sedentária, mas sabia que precisava daquele repouso, além da ajuda de anti inflamatórios, analgésicos, contrastes quente / frio, gel local e por aí vai.... isso aliviou bastante.

A segurança com que o médico me assegurou que eu conseguiria concluir a prova, já me deixou mais tranquila, mas que na volta eu deveria cortar totalmente a corrida dos treinos e fazer fisioterapia para evitar a cirurgia. Melhor obedecer!

De fato, no Chile o pé incomodou pouco, no 2º dia de prova apenas que teve a canoagem com a corridinha e a corrida noturna em Pucón. Perguntei para o Dr. Clemar se eu poderia tomar o analgésico que eu tinha levado, e ele aconselhou que eu não tomasse, pois era um medicamento muito forte para tomar pela primeira vez durante uma prova de esforço, poderia ter efeito colateral....

Ok, ok, já me convenceu.

Qual minha surpresa durante a corrida de aventura??? Não senti dor nenhuma!!! Mas porque?? Simplesmente porque não sentia o pé! Quer dizer, os pés. Explico. Estava muito frio e a primeira modalidade foi o caiaque, saímos de pés molhados para a bike. Meus dedos congelaram. Até aí tudo bem....pior foi depois do rafting que disseram não precisar de neuprene (me arrependo até agora de não ter colocado) nessa altura eu já não sentia os dedos, nem o calcanhar, nem tornozelo....nossa, terrível!!! Juro que eu preferia aquela dor no pé!!

Bom, o que interessa é que apesar dos contratempos, desentendimentos, discussões, mas ao mesmo tempo, amizade e cobertor humano! Sim, após o rafiting, por ter que esperar 13 min para prosseguir, se não fossem os meninos pra me esquentar, fazer massagem nas pernas. Que sensação terrível! Mas já estava no final da prova, desistir? JAMAIS!!
Obrigada meninos! Missão cumprida! 4º LUGAR
Parabéns aos vencedores e todos os participantes! Ano que vem  tem mais!!!

Mas a luta continua...

De volta ao calorzinho baiano e ainda descansando da viagem.

 Fisicamente estou inteira, sem dores nem machucados, mas o sono não tem fim. Resolvi me dar um descanso até amanhã (domingo). A preocupação do Chile foi resolvida, mas existem outras pela frente..

Segunda feira preciso urgente começar a fisioterapia, fato. E as perguntas são:

Será que estarei bem para correr dia 26/05 Fila Night Run? E dia 09/06 21k cross country na Praia do Forte? Treinei tanto pra pegar podiun nessas provas e agora se eu puder apenas participar já ficarei feliz.

Se isso era um problema, consegui dobrá-lo. Reparem:

Convenci meu marido a participar da Fila Night Run, é a primeira prova dele, e está treinando direitinho, até minha mãe e minha tia, resolveram participar também. Estou fazendo a família inteira correr, bom sinal.

Porém, marcamos a viagem pra Sampa (minhã tia, minha mãe e eu) e por ser a data próxima, foi difícil escolher horário. Só percebemos depois que chegaremos em Salvador no dia 26/05 as 19h, e a corrida é a 20h. Será que vai dar tempo? Bom, combinamos de ir do aeroporto direto pra largada, e esperamos conseguir participar. Senão, se eu conseguir assistir a chegada do maridão, já estarei feliz!! Mas isso tudo, se o pé deixar...

Rezem por mim.

Bons treinos!