Vivendo a Bahia!

Nascida e criada em São Paulo capital, e há pouco mais de dois anos morando em Lauro de Freitas - BA. Resolvi criar esse blog para compartilhar as experiências, alegrias, diferenças, choques culturais, aventuras esportivas e conhecimentos que marcam essa mudança e adaptação. São histórias e curiosidades da nova rotina que tem seu tom de humor e vale a pena dividir. Isso é Brasil! Sejam bem vindos!!





sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A história de Malala

Segunda-feira, 22 de outubro, Feriado dos Comerciários.

O dia amanheceu lindíssimo! Dia de folga, resolvi levar Leozinho pra brincar na praia. Apesar do meu filhote não saber se comportar muito (come areia e toma água do mar) e depois passa mal, é tontinho mesmo!! Mas a alegria com que ele corre de um lado pro outro, brincando com as ondas....compensa!!! 

Enquanto estávamos curtindo a praia, chegou minha tia Zu, ficou um pouquinho com a gente e partiu pra sua caminhada no calçadão. Pouco tempo depois, voltei pra casa, afinal, ainda tinha que dar um banhão no Léo e secar (missão quase impossível) como é dificil secar!!

Depois do trabalhoso banho, eu estava sentada no jardim do condomínio com o Léo, naquele solzão pra secar e escovar seu pêlo.

(Pra quem não conhece tia Zu, aproveito para apresentá-la. É uma pessoa pequena (de estatura) mas com um coração que num cabe nela de tão grande! É daquele tipo raro que se preocupa mais com os outros do que com ela mesma. Se pensou em precisar de alguma coisa, ela já está lá pra ajudar. Essa atitude se estende e dobra quando o assunto é animal. Passarinho, cachorro e por aí vai, mas a grande paixão da vida dela são os felinos. Tia Zú não pode ver um gatinho na frente que se derrete. Exatamente por isso, ela já tem uma filha, a Manchinha. Uma gatinha linda e bem encrenqueira que ela adotou há mais de 1 ano.)

Apresentação feita. Voltemos à história.

Minha tia aparece correndo desesperada, falava e chorava ao mesmo tempo, ia de um lado pra outro, meio perdida, sem saber o que fazer primeiro. Só entendi que ela queria que alguém fosse com ela até algum lugar. No meio daquela confusão, vizinho vindo ajudar, minha mãe pegando vassoura e os gritos de minha tia, entendi o que acontecia.

Segundo ela, alguém tinha jogado um gato amarrado num saco dentro do rio. Isso mesmo! Também custei a acreditar, afinal, como alguém pode ser tão cruel????

Enquanto eu pensava se deixava o Léo em casa, ou se ia com ele (mas levar o Léo pra pegar um gato não ia dar certo) todo mundo tinha desaparecido.

Então, fui com Léo na coleira até o outro lado do condomínio onde dava pra ver o movimento de longe no rio. Já estavam tirando o "embrulho" da água. Putz, era verdade..... e rapidamente minha tia já agarrada naquele pequeno gatinho assustado que pingava, corria pra casa. Mais uma vez não pude chegar muito perto, porque meu filho canino não permitia.

Horas depois...

Fui fazer uma visita...
A gata estava sequinha e cheirosa, minha tia mais do que depressa deu um banho, secou e alimentou. A gatinha muito linda, apesar do sufoco que havia passado há pouco, se mostrava extremamente mansa e à vontade naquela casa...e com um sono....dormiu.
Com a gata seca, segura e dormindo, hora de saber de Tia Zú como tudo aconteceu:
Quando voltava da caminhada no calçadão, resolveu mudar o caminho no último quarteirão e voltar pela rua (inédito, Tia Zú nunca voltou pela rua) andando pela calçada ao lado do Rio Sapato, ouviu uns gritos de desespero e logo bateu o olho num saco no meio do rio. O saco já estava lá, não viu ser jogado. Desconfiava ser um gato, mas não sabia ao certo o que iria encontrar. O fato é que ali dentro tinha uma vida por um fio. Aí começou a correria....
Minha tia relatou, que o saco em que o gato se encontrava era daqueles resistentes de ração de cachorro de 15kg e estava muito bem amarrado. Mais uma vez pergunto: Como alguém pode ser tão cruel???
A gatinha precisava ser batizada e muitas sugestões de nomes foram dadas. Tigresa. Mona, Vida....mas virou mesmo Malala, em homenagem a jovem paquistanesa que levou um tiro por querer ir à escola.
Ela é muito linda, olha só!

Minha tia resolveu adotar Malala em definitivo, mas a dona da casa Manchinha, ainda não tinha voltado do seu passeio matinal. E a pergunta era: Qual será a reação de Manchinha?



Quando Manchinha chegou, Malala dormia e assim continuou. Ficamos todos imóveis observando sua reação. A expressão dela é indescritível, parecia dizer com os olhos: Quem é ela e o que faz aqui? Cheirou, cheirou, virou as costas e se mandou.
Tia Zú estava num dilema. Pelo que nos falaram, em alguns dias e algumas mordidas depois elas iriam se entender.
Dois dias se passaram, Manchinha estava irredutível, nervosa e bem agressiva com minha tia, isso quando dava o ar da graça, pois agora passava a maior parte do tempo na rua.
Mais uma vez, o destino deu seu jeitinho de ajeitar as coisas, e comentando com uns e outros sobre a história, eis que surgiu Elayne, professora da praia muito interessada em adotá-la, mesmo sem conhece-la.
Tudo certo, Elayne e sua filha foram buscar Malala, e foi paixão a primeira vista.
O nome foi mudado para Estrela, muito próprio também, já que a estrela dessa gatinha não parou de brilhar nem um instante permitindo que sobrevivesse a tudo isso.
Tudo certo no final, história com final feliz!!!
Deixo aqui, minha singela homenagem a Tia Zú, pela grandiosa atitude de salvar essa vida.


Bom fim de semana!!

Um comentário:

izilda disse...

Obrigada, Fê, mas acho que a maioria das pessoas fariam a mesma coisa ao ver aquele saco no rio "gritando " como estava. Não dava pra ficar indiferente. Sei que vc faria o mesmo, afinal, sabemos como é bom amar os animais, principalmente, por serem tão indefesos.